domingo, 28 de junho de 2009

Limites do crescimento: Clube de Roma - Prefácio e Introdução

Vou reproduzir, com números de páginas, os capitulos do livro Limites do crescimento

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: MEADOWS, Donella H; MEADOWS, Dennis L.; RANDERS, Jørgen; BEHRENS III, William W. – Limites do crescimento, SP: Editora Perspectiva AS, 1973.

O livro original foi publicado em 1972.

PREFÁCIO

O Clube de Roma nasceu, em abril de 1968, em um encontro de trinta pessoas de dez países. Esse grupo era formado por cientistas, educadores, economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos de nível nacional e internacional. Eles se reuniram na Academia dei Lincei, em Roma – Itália instados pelo Dr. Aurélio Peccei, empresário e economista, para discutir os dilemas atuais e futuros do homem. (P.9)

O CLUBE DE ROMA

Deste encontro nasceu o Clube de Roma, uma organização informal, descrita com muita propriedade, como um “colégio invisível”. Suas finalidades são promover o entendimento dos componentes variados, mas interdependentes – econômicos, políticos, naturais e sociais – que formam o sistema global em que vivemos; chamar a atenção dos que são responsáveis por decisões de alto alcance, e do público do mundo inteiro, para aquele novo modo de entender, e, assim, promover novas iniciativas e planos de ação.

O Clube de Roma continua sendo uma associação informal e internacional, com um quadro de associaoes de vinte e cinco nacionalidades. Nenhum de seus membros ocupa cargos eletivos e o grupo não procura expressar qualquer ponto de vista particular, seja ideológico, político ou nacional. Contudo, todos estão unidos pela profunda convicção de que os grandes problemas que desafiam a humanidade são de tanta complexidade e os planos de ação tradicionais já não são capazes de superá-los, nem mesmo de enfrentá-los em seu conjunto.

A formação dos membros é variada, portanto. Citam-se o Dr. Aurélio Peccei, que é associado à Fiat e à Olivetti e administra uma firma consultora para o Desenvolvimento Econômica e de Engenharia, a Italconsult.; Hugo Thiemann, chefe do Battelle Institute em Genebra; Saburo Okita, chefe do Japan Economic Research e mais 15 membros do MIT (dentre eles, os doutores Dennis L Meadows, como diretor; Peter Milling, com estudos do capital; Roger F. Naill e William W. Behrens III sobre reservas; Farhard Hakimzadeh, Donella H. Meadows e Nirmala S. Murthy sobre população; Jay M. Anderson, Alison A. Anderson e Jorgen Randers sobre poluição; dentre outros)

O PROJETO SOBRE O DILEMA DA HUMANIDADE

O objetivo do Clube de Roma, hoje uma ONG e na época uma organização informal, era examinar o complexo de problemas, que afligem os povos de todas as nações, como a pobreza em meio à abundância; perda de confiança nas instituições; expansão urbana descontrolada; insegurança de emprego; alienação e outros transtornos econômicos e monetários. Estes elementos, aparentemente, divergentes da “problemática mundial” têm três características em comum: ocorrem até certo ponto em todas as sociedades; contém elementos técnicos, econômicos e políticos; e, o que é mais importante, atuam uns sobre os outros (Meadows et al, 1972, p. 11)

O dilema da humanidade é que o homem pode perceber a problemática e, no entanto, apesar de seu considerável conhecimento e habilidades, ele não compreende as origens, o significado e as correlações de seus vários componentes e, assim, é incapaz de planejar soluções eficazes. Fracasso que ocorre, em grande parte, porque continuamos a examinar elementos isolados na problemática, sem compreender que o todo é maior do que suas partes; que a mudança em um dos elementos significa mudança nos demais (idem, 1972, p.11)

A fase um do projeto sobre o dilema da humanidade convretizou-se, definitivamente, nos encontros mantidos no verão de 1970 em Berna, Suíça, e em Cambridge, Estado de Massachusetts. Em uma conferencia de duas semanas, em Cambridge, o Prof. Jay Forreste, do Massachusetts Institute of Technology (MIT) apresentou um modelo global que permitiu a identificação nitida de muitos compnentes especificiso da problemática e sugeriu uma técnica para analisar o comportamento e as relações dos mais importantes componentes. A apresentação levou ao começo da Fase Um do Projeto no MIT, onde o trabalho pioneiro do Prof. Forrester e de outros, no campo das Dinâmicas de Sistema, já havia cirado u grupo de especialistas excepcionalmente adequado às exigências da pesquisa (pag.11).

O estudo da Fase Um foi dirigido por uma equipe internacional sob a direção do Porf. Dennis Meadows, com o apoio financeiro da Volkswagen Foundation. A equipe examinou os cinco fatores básicos que determinam e, por conseguinte, em última análise limitam o crescimento em nosso planeta – população, produção agrícola, recursos naturais, produção industrial e poluição. A pesquisa já está terminada. Este livro é o primeiro relato dos resultados, e é editado para o público em geral (pág.11-12).

Um desafio global
É com autentico orgulho e prazer que a Associação Potomac associa-se ao Clube de Roma e ao grupo de pesquisas do MIT na publicação de Limites do Crescimento.

Assim como o Clube de Roma, somos uma organização jovem e acreditamos que os objetivos do Clube são muito semelhantes aos nossos. Nosso propósito é chamar a atenção de todos aqueles que se interessam pela qualidade e direção de nossa viagem e ajudam a dirigi-la, para novas idéias, novos métodos de analise e novos modos de abordar persistentes problemas nacionais e internacionais. Por isso, estamos felizes de poder tornar acessível, através de nosso programa de publicações, este trabalho ousado e magnífico.

Esperamos que Limites do Crescimento desperte a atenção crítica e suscite debate em todas as sociedades. Esperamos que ele estimule caa leitor a pensar nas conseqüências de uma prolongada equação entre crescimento e progresso. E esperamos que ele leve mulheres e homens sérios, em todos os ramos de atividades, a considerarem a necessidade de uma ação conjunta, agora, se quisermos preservar para nós e para nossos filhos a habitabilidade deste planeta.


William Watts
Presidente da Associação Potomac (pág.12).